Raça e assimilação

das seleções étnicas. O seu raciocínio seria igual ao do indivíduo que, estudando, por exemplo, a população atual de Blumenau e, reconhecendo que é toda de tipo europeu, concluísse que: — "de duas uma: ou devemos encontrar na população de Blumenau, a fisionomia geral da raça vermelha, a que pertencem os primitivos aborígenes de Santa Catarina, ou então estes primitivos aborígenes não são de raça vermelha senão de nome"!

Demais PITTARD não diz a verdade quando afirma que não existe nenhum traço de presença de elementos de tipo germânico na população de Portugal e Espanha. Estes tipos ali aparecem e figuram nas análises antropológicas dos que estudaram a composição étnica dos dois povos. Pondo de lado os dados de FERRAZ DE MACEDO e outros para Portugal e os de HOYOS, ARAZADI, etc., para a Espanha, basta-nos considerar os dados recentes obtidos sobre os soldados americanos que foram para a guerra de 1917. Operando sobre os recrutas de origem ibérica, os antropologistas americanos encontraram, entre os recrutas de origem portuguesa, 5% de tipos germanóides e, entre os recrutas de origem espanhola, cerca de 10%. É o que se pôde ver no belo resumo que da obra de YERKE e YOKUN nos dá R. DUTHIL.

O notável mestre francês sacrificou, como se vê, a pura verdade científica às suas rivalidades de escola e às paixões do público para quem escreve. E, o que é mais grave, é que não é ele o único a proceder assim...

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