Raça e assimilação

povos germânicos, por exemplo, modernamente considerados os mais altos vanguardeiros da civilização, já haviam sido, entretanto, há pouco mais de dois mil anos, puros bárbaros, vivendo dentro da espessura das florestas, enquanto resplandecia na orla do Mediterrâneo a civilização greco-romana, formada por povos que eram, entretanto, considerados inferiores pelos pregoeiros da superioridade germânica. Era, e é ainda, este o argumento predileto dos publicistas, literatos, historiadores e amadores de todo gênero.

Consequência, como é facil de ver, dessa nefasta confusão feita entre "psicologia de etnia" e "psicologia de raça”. Não se compreendia, então, que estávamos diante de duas ciências distintas:

a) a psicologia das etnias — ciência social, ramo da psicologia coletiva, estudando o que chamamos a "alma dos povos", produto complexo, para cuja formação contribuem todas as forças elaboradoras da civilização e da evolução histórica dos povos: o meio fisiográfico, o clima, os agentes econômicos, os choques de culturas, as migrações, as lutas de classes, mil outros fatores, inclusive a "raça", no sentido zoológico ou morfológico.

b) a psicologia das raças — ciência natural, ciência puramente antropológica, para a qual a raça é um fato biológico e psicologia da raça uma pura questão de psicofisiologia humana, nada tendo que ver, pelo menos imediatamente, com a psicologia dos grupos sociais (nacionalidade, povos, etnias).

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