Da minha parte, devo confessar que nada repugna mais ao meu espírito, habituado a "ver em concreto", a julgar os homens e os grupos humanos como realidades tangíveis, do que tomar um alemão do Hanôver ou do Holstein, de cabelos louros e olhos azuis, puro dolicocéfalo, grande de 1,71m, ostentando a poderosa armadura osteológica do Europeus, de reatividade lerda e fleumática ("animal de sangue frio e circulação lenta", como diria TAINE) , e um ibero-insular da Sardenha ou da Sicília, pequeno de 1,60m, frêle, de olhar e cabelos negros, de reatividade pronta, instantânea, deflagrante, verdadeiro feixe de nervos, vibrátil, vivaz, ágil, faiscante; reunir a ambos num só grupo; tomar a cada um os seus característicos antropométricos, constitucionais e psicológicos; depois, somar as medidas encontradas, indistintamente; dividir por dois o resultado; e, por fim dizer:
— Eis aqui o tipo médio do branco no Brasil. Esta a sua estatura média; este o seu tipo constitucional médio; esta a sua morbidade média; esta a sua mortalidade adulta média e esta a sua mortalidade infantil média sob os climas tropicais; este o seu coeficiente da natalidade média; este o seu índice de esterilidade média; esta a sua adaptabilidade média nos trópicos; este o seu quociente mental médio; este o índice médio dos seus atributos de inteligência e de temperamento; esta a média das suas possibilidades culturais e econômicas.