Diretrizes de Rui Barbosa

do indivíduo. Respeitá-lo é uma obrigação compulsória para o Estados. Como, porém, submeter a onipotência deste a qualquer limitação, sem que ele próprio tenha consentido na criação do poder que lhe restrinja as faculdades, sem uma justiça, enfim, acima da qual não exista outra instância de recurso? Esta foi a beleza máxima da nossa constituição. O Supremo Tribunal Federal era o poder dos poderes. Seus votos e decisões corrigiam e reparavam as exorbitações do Legislativo e do Executivo. E os governos tudo podiam, menos desrespeitar a lei. É exato que o engenho humano descobre sofismas e evasivas para se eximir ao cumprimento dos deveres que lhe não toam aos interesses. Mas a essa burla, não há preceito moral que se possa evadir. O importante é a reivindicação de princípios que, ao cabo de certo tempo, se entranhem de tal modo na consciência coletiva, que não é mais possível a sua postergação.

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Ruy foi muito atacado por ter emblemado no Jeca Tatu de Monteiro Lobato o tipo brasileiro. Acusaram-no de carregar o traço e de aceitar como um retrato a simples caricatura. Só mesmo a mais romba sensibilidade literária

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