Diretrizes de Rui Barbosa

"guerra, defesa nacional, ou governo", tudo quanto sabe, se reduz ao pavor do recrutamento. Mas, para todas as doenças, dispõe de mesinhas prodigiosas como as ideias dos nossos estadistas. Não há bronquite que resista ao cuspir do doente na boca de um peixe, solto, em seguida, água abaixo. Para brotoeja, cozimento de beiço do pote. Dor de peito? "O porrete é jasmin de cachorro". Parto difícil? Engula a cachopa três caroços de feijão mouro, e "vista no avesso a camisa do marido".

Um fatalismo cego o acorrenta à inércia. Nem um laivo de imaginação, ou o mais longínquo rudimento da arte, na sua imbecilidade. Mazorro e soturno, apenas rouqueja lúgubres toadas. "Triste como o curiango, nem sequer assobia". No meio da natureza brasileira, das suas catadupas de vida, sons e coloridos, "é o sombrio urupê de pão podre, a modorrar silencioso no recesso das grotas. Não fala, não canta, não ri, não ama, não vive".

Não sei bem, senhores, se no tracejar deste quadro, teve o autor só em mente debuxar o piraquara do Paraíba e a degenerescência inata da sua raça. Mas a impressão do leitor é que, neste símbolo de preguiça e fatalismo, de

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