como Machado de Assis impõem-se certas regras. Não podemos esquecer-lhe a biografia, nem desconhecer as condições do meio em que viveram, que os modelou ou lhes permitiu o aparecimento e completa florescência. Os críticos têm direito de resumir-se à análise dos livros comuns que surgem, esquecidos dos autores, dos seus antecedentes e da história do seu espírito e da sua vida. Ficam à vontade para divagar, contar deles próprios, associar e desassociar ideias, sob o pretexto das cousas que leram, ou mesmo que não leram... Tal método aplicado a Machado de Assis, sobre falso, seria irreverente. Existem nos seus livros páginas infinitamente mais interessantes do que as que poderíamos improvisar.
Ademais, não nos deixou apenas dois ou três livros, e dos muitos de sua autoria não é possível tomar um só que o resuma e o defina, embora em qualquer deles se lhe esbocem os traços dominantes do gênio literário. Reflete-se e faceta-se-lhe o espírito em toda a obra; um volume que se lhe suprima representaria um hiato na história lógica de sua evolução. Precisamos acompanhar-lhe sistematicamente a obra de poeta, escritor de teatro, conteur, romancista e crítico, que tudo isto ele foi, com maior ou menor êxito. Falando uma vez, incidentemente, em livro já publicado, sobre o grande escritor, disse eu que dos nossos homens de letras, Machado de Assis era dos poucos no qual