considerações geognósticas locais e análise química do meteorito Bendegó; do tráfico africano, estudo etnográfico, etológico, nosológico, psicológico e moral; da nosologia baiana; considerações econômicas, sintelológicas referentes aos principais gêneros de produção e exportação, acompanhadas de estatísticas e mapas; da agricultura em suas várias modalidades; esboço de estatística demográfica, etc. Não sei de relatório mais completo e superior a este, escrito pelo sábio von Martius; pena foi permanecesse ignorado dos baianos, durante quase um século.
Livros magníficos, antigos e modernos, escritos por cientistas estrangeiros, exclusivamente sobre cousas úteis e preciosas do Brasil, dariam para se criar copiosa biblioteca; entretanto, diminuta parcela tem sido traduzida para o vernáculo e poucos são os brasileiros conhecedores de tão rica e, por vezes, rara literatura.
Resta-me a esperança, que, a sadia brasilidade das gerações porvindoiras, argutas e apercebidas de tais tesouros, melhor os aproveite.
Não é destituído de razão lembrar a publicação das obras, ainda inéditas, do naturalista baiano Dr. Alexandre Rodrigues Ferreira, a quem o Visconde de Porto Seguro cognominou de "Humboldt brasileiro". Várias monografias do assombroso espólio científico daquele desditoso sábio se extraviaram; se perderam, para sempre. Ainda é tempo de o Brasil saldar, ao menos em parte, tamanha dívida de gratidão, a um de seus maiores filhos, cuja existência inteira, dedicada à Pátria, à ciência, tudo sacrificou: haveres, posição, até a própria vida.
À memória do meu ilustrado amigo Dr. Paulo Wolf, falecido em 1916, rendo saudosa homenagem.
Na diuturna e afanosa tarefa a que me impus, recorri, para esclarecer alguns pontos duvidosos, da tradução,