Através da Bahia – excertos da obra Reise in Brasilien

Serra do Rio Peixe, em cujo dorso e flancos existiam gigantescos blocos isolados, de gneiss, de formas grotescas; e, dali em diante, a região se tornou mais acidentada. Em todo o distrito, por onde atravessamos, encontramos o gneiss e o granito, como formação dominante.

A direção dessa rocha varia de norte a sul e de noroeste a sudeste, com camadas pouco inclinadas, quase subvertidas, não se observando, muitas vezes, estratificação alguma.

Somente em poucos lugares, como na Fazenda Gravatá e entre Jurema e Umbaúba, aparece a formação de horneblenda sobre o granito.

Toda a vegetação é uma caatinga espessa, cujos troncos não excedem de 30 a 40 pés de altura.

Cactos armados de longas cardas brancas ou de ameaçadores espinhos formam, aqui e acolá, impenetráveis paliçadas.

Os esforços e perigos passados haviam alterado consideravelmente a nossa saúde.

Nós mesmos sofremos de diarreia constante, que atribuímos à agua salgada; o arreeiro e um dos seus ajudantes foram atacados de violentos acessos de febre cotidiana; os demais queixavam-se de dor de cabeça e vertigem.

Só foi poupado um criado, de origem francesa, contratado na Bahia, que quase foi vítima de um desastre de outra natureza. Quando juntava os animais, porte da fazenda, dispararam do mato um tiro, que felizmente não o atingiu, mas desconfiamos não ter sido dado sem intenção criminosa.

Os habitantes não pareciam ter boa vontade em que nos demorássemos por alguns dias e já haviam começado brigar com aquele criado por motivos fúteis.