Através da Bahia – excertos da obra Reise in Brasilien

achava-se, às vezes, em quantidade muito escassa nas poças verdes ou pretas e continha tanto humo dissolvido, que fomos obrigados a juntar-lhe rapadura para suavizar o amargor.

Para nós, mandávamos recolher a água, que se juntava nas folhas côncavas dos gravatás.

Era bastante fresca, mas, ora estava emporcalhada pelos pássaros, ora servia de morada às rãs.

Costumávamos limpá-la, coando-a, diversas vezes, num pano de seda.

O terreno, que perto de Olhos d'Água começa a ser colinoso e montanhoso, continua com tais acidentes, coberto de caatingas, até perto da fazenda Rio Seco, que alcançamos no quinto dia; aí o caminho desce pouco a pouco, por entre alguns altos e descalvados montes de granito e o viajante entra numa planície, apenas coberta de arbustos secos, de alguns pés de altura, proporcionando-lhe vista mais ampla.

Cuidávamos ser esta extensa região de montanhas uma parte da Serra do Mar de Minas Novas, onde existem semelhantes disposições geognósticas.

Perto de Rio Seco notam-se sobre o granito uma formação de horneblenda de grã fina e minérios de ferro. O granito, quando disposto em camada, apresenta-se de N. N. a S. S. E. com pendor ocidental formando grande ângulo.

O minério de ferro é magnetite ora compacta, ora misturada a quartzo e muito magnética, ou a ferro oligisto, que no granito substitui frequentemente a mica. Talvez se prestasse a trabalho de mineração, se por ventura não faltasse o combustível.

Quando depois de um dia de viagem, ao norte do Rio Seco, galgamos um monte de granito, coberto de verde espesso, mudou-se sucessivamente a cena, para grande satisfação nossa.