Através da Bahia – excertos da obra Reise in Brasilien

Algumas pequenas livrarias, onde, em vão, se procuram as produções da literatura brasileira, não levam a se fazer alto conceito das exigências científicas dessa movimentada cidade comercial.

Entretanto, são grandes e numerosos os armarinhos, onde se vendem pedras multicores de Minas Novas, lapidadas, para fivelas, alfinetes, brincos, pentes, etc. correntes de ouro e de prata de diversos tamanhos. Se bem que sejam estes trabalhos muito primitivos e sem arte, principalmente as pedras, raramente bem lapidadas, entretanto, apraz aos habitantes trazê-los comumente. Das pedras, uma parte levam os sertanejos, que voltam de suas visitas à capital; outra é destinada às negras, quando pertencem aos ricos fabricantes de açúcar, as quais realçam com o brilho de tais correntes o luxo domingueiro das saias de musselina branca, enfeitadas de bonitas rendas.



Mercado de peixe

Alguns passos adiante encontramos o de peixe. Não é tão fartamente provido como o do Rio de Janeiro. O aspecto imundo afugenta logo o europeu suscetível, que, para qualquer parte que se volte, no ajuntamento do povo na praia, sentirá ofendidos o olfato e o sentimento moral.

O europeu deve pôr, à margem, certas exigências, quando se achar em contato com as diversas outras raças humanas.

Acanhados e cansados atravessamos por entre alas de mulatos, que, ocupados com o ofício de alfaiate, enchem a rua, sentados em tamboretes baixos.