Cotegipe e seu tempo. 1ª fase: 1815-1867

"memórias", não só de Cotegipe como de seus contemporâneos, mal supridas por cartas e crônicas e discursos e documentos de que se expremeram, todavia, alguns interessantes aspectos subjetivos da personalidade estudada.

O biógrafo há de ser juiz. Essa severidade perturba e prejudica o encanto estético, que aliás, não raro, falseia a realidade.

Não há neste livro meias verdades, nem propositados destaques de fatos para efeitos preconcebidos ou buscados. Nem aqui foram tentadas as largas sínteses, as mais das vezes tão brilhantes quanto devedoras à exatidão. Esta biografia nada tem das romantizadas; é analítica. "Um Estadista do Império" continua a ser, ainda, o melhor modelo para os que entre nós se derem ao trabalho de historiar a política nacional em torno da vida de algum de seus chefes.

As emoções ou lições deste livro manam dos fatos, jamais da intenção de quem os reconstituiu, sem silêncios nem exaltações intencionais. Não se andou de cabeça alta buscando, zimbórios e cumeadas. Ver somente píncaros não é ver tudo. Aquelas épocas tinham verso e anverso, e aqueles homens não haviam de possuir somente virtudes. Não se apresenta aqui algum modelo canônico de santidade inatingível; pintou-se a realidade humana: o herói sem milagres, a verdade com possibilidade, as vicissitudes e oscilações das carreiras políticas, tanto em suas elevações como em suas fraquezas.

Não escapará ao leitor a importância dada pelo autor à correspondência, às cartas, de cuja transcrição talvez abusasse. É que, de entre quantos documentos guardam arquivos

Cotegipe e seu tempo. 1ª fase: 1815-1867 - Página 20 - Thumb Visualização
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