Cotegipe e seu tempo. 1ª fase: 1815-1867

instrumento. Disse-me um Chefe de Legação, e não das principais, que Lord Palmerston comunicara por circular confidencial às diversas cortes da Europa que ia ter com o Brasil o procedimento que se sabe, e que ele, chefe de Legação, recebera de seu governo comunicação. Ora é impossível que o Carvalho Moreira, hábil como é, e bem relacionado em Londres, ainda que o Palmerston lh'o ocultasse, não penetrasse por algum colega amigo os desígnios desse Lord, e não tivesse prevenido o nosso governo. Tanto mais censurável foi, me parece, o procedimento do Abrantes nesta deplorável questão. É por isto que o Imperador não acredita na paz, e quanto nele cabe, promove os meios de resistência e estimula os brios nacionais. Eu porém tenho ainda uma esperança e bem fundada de que a Inglaterra recuará, não ante a energia do nosso antediluviano ministério, mas ante a atitude do país que, na verdade, tem sido excelente e digna de elogios. Confio também e muito na representação que todas as casas inglesas da corte dirigiram pelo vapor inglês ao seu governo, queixando-se do procedimento, do Christie que os expusera à justa vindicta do povo brasileiro, a cuja boa índole e civilização devem eles o não terem sofrido o mínimo desacato ou represália, apesar de tão violentas provocações. Soube deste fato pelo chefe de uma respeitável casa inglesa, um dos signatários da representação, e cuja opinião é que o governo inglês retirará o Christie e mandará outro que com boas maneiras restabeleça a entente cordiale. Deus queira que assim aconteça e que aproveitemos a lição para cuidarmos das nossas fortalezas que, tais quais são, andando bem tratadas, hão de inspirar algum respeito a quaisquer vasos estrangeiros...

"Agora outra face da questão. A importância que nela se arraigou o Ottoni tem sido imensa, e a meu

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