linha, onde às vezes permanecíamos durante uma semana, ao sabor da marcha progressiva da ponta do fio; fossem os acampamentos de reconhecimento e exploração, de efêmera duração de 24 horas e às vezes de uma só noite... ao primeiro clarão do dia, ao som dos clarins ou das cornetas, erguia-se lentamente a bandeira pelo mastro rústico, erecto e linheiro, em presença do chefe, dos oficiais e do contingente militar... Este exemplo de civismo ainda mais avultava em seu espírito, porque eu refletia na distância imensa que nos separava dos centros civilizados; porque as dificuldades de todo gênero para atender às necessidades mais elementares da vida, como a alimentação e o tratamento da saúde alterada, arrastam naturalmente o homem mais enérgico a considerar supérfluo tudo quanto lhe vem aumentar a fadiga, e a abandonar todas as práticas - até mesmo as de fundamento religioso - que se não destinem à satisfação exclusiva das necessidades materiais.
Muitas vezes, ao termo da penosa marcha de exploração, os expedicionários alcançavam, já noite escura, o ponto escolhido para acampar; vinham todos cansados, oficiais e praças, desistindo alguns da refeição, tais eram as imposições do corpo ao almejado repouso... Parecia que naquela noite sem luar, num solo enlameado pela chuva inclemente, as únicas ordens seriam: armar barracas, comer e dormir... Mas não, as ordens eram sempre iguais às da véspera e o foram sempre às do dia seguinte... Desenhava-se o caminhamento com os dados colhidos durante o serviço de levantamento; se "havia céu", pela madrugada lá estavam o chefe e seu ajudante a observar as estrelas; escalava-se o homem que deveria cortar a árvore linheira (tão longe às vezes encontrada...), que a teria de descascar e fincar defronte à luz da fogueira... E, se o escalado, receoso de se internar na floresta, povoada de lendas indígenas, por preguiça ou pouca diligência, apresentava um pau muito torto...