recebia ordem de voltar à mata para a necessária substituição!
Tardasse embora o seu regresso... lá estava ao alvorecer o mastro da bandeira, erecto e linheiro...
No meio daquelas imensas florestas, isolados 50 a cem léguas dos núcleos de povoação mais próximos do sertão, quanta vez meditei profundamente diante do simples fato do hastear da bandeira! Ao quadro já de si empolgante por causa da moldura, juntava-se em meu cérebro a análise dos detalhes que me acudiam à mente, para deduzir do esforço másculo do rude caboclo a rebuscar alta noite a haste retilínea no coração da floresta, a rijeza de aço que era mister possuir para mover e dominar toda aquela máquina humana.
Comparai por um momento essa formalidade no sertão com as que têm lugar nos quartéis da cidade, aos domingos e feriados nacionais, e, sem nenhum favor, haveis de reconhecer quanto aquela a destes ultrapassa em esforço e grandiosidade!
COM A ETAPA CRUA E SEM DOMINGO
Nos acampamentos da Comissão Rondon, o regime do trabalho sempre obedeceu ao mesmo programa do saudoso general Carneiro, único chefe sob cujas ordens serviu Rondon nos primeiros anos de tenente: alvorada às quatro horas da madrugada, formatura e distribuição das turmas no acampamento à luz das fogueiras e das lanternas, marcha para o serviço ainda no escuro, início do trabalho à primeira claridade do dia, uma hora para almoço no campo ou na mata, regresso ao acampamento quando o manto da noite impedia de continuar... Deste programa é fácil concluir que as turmas só se recolhiam de 20 às 21 horas para o jantar.