pouco, como também em setembro - são os meses de transição; em agosto costuma cair a chamada chuva dos cajus.
Compreende-se bem que dentro de semelhante quadro meteorológico, seria impossível trabalhar durante metade do ano, se acaso tivéssemos de entrar em consideração com o mau tempo.
Observei em várias ocasiões chuvas consecutivas durante quatorze dias, dia e noite sem parar. Todos os trabalhos, porém, nenhuma modificação sofriam durante o período das águas, não só no decorrer das explorações e levantamentos topográficos, como na construção da linha telegráfica.
Não obstante a intuitiva repugnância natural à adaptação, para quem conhece a opinião civilizada sobre o mau tempo, e muito mais para quem se vê na obrigação moral de abstrair-se do guarda-chuva, das galochas e das excelentes capas impermeáveis, que o homem há muitos séculos inventou; os oficiais da Comissão Rondon, a exemplo do chefe, expunham-se à chuva, tal como o exigiam das praças e dos civis. Em geral, ao acordar, vestíamos a roupa já molhada, desistindo do trabalho de a secar ao calor das fogueiras, pois que assim evidentemente simplificávamos as preocupações da toilette, reconhecendo quanto efêmero se nos apresentava o gozo de uma roupa seca... Na verdade este conforto quase sempre se reduzia apenas ao intervalo entre o levantar da rede e o sair da barraca, e em tais condições a "hipótese mais simples e mais simpática" consistia em conformar-mo-nos com os arrepios de frio, próprios da diferença de temperatura entre uma roupa molhada e um corpo humano que se despoja das cobertas pela madrugada...
Sem que percebessem a minha presença, os soldados comentavam muitas vezes a nossa atitude, aparentemente indiferente às intempéries. Alguns mais enérgicos e quiçá habituados a outros sertões, repetiam o velho