dogma das casernas: "Soldado é superior ao tempo!" Outros, porém, mais desanimados ou talvez mais práticos, emitiam opiniões escandalosas a respeito.
Lembro-me, a propósito, do discurso que fazia um soldado de cor preta, do meu destacamento de Parecis, com largos gestos de orador, para provar a tese que defendia. Era em um domingo e o preto, alto e pernóstico, afirmava com o calor de profunda convicção:
"Se eu for um dia chefe desta Comissão, eu acabo com esse trabalho em dias de chuva!
O homem também não é de ferro! Não posso compreender isto, e os oficiais gostam de imitar seu Coroné, fingindo que estão mais alegres quando a chuva 'bate' e mandando a gente fazer tudo, como se o sol estivesse de fora... ".
Achei-lhe graça, mas através desse comentário eu compreendi melhor o alcance de uma afirmativa do chefe, que me assegurava reconhecer facilmente a têmpera rija dos seus comandados, pela boa disposição para o trabalho e pelo nenhum quebrantamento de ânimo com que se portavam, quando lhes observava a atividade durante uma série de dias chuvosos.
Posteriormente tive oportunidade de ver sempre confirmada esta simples verdade, principalmente durante os trabalhos de exploração.
REVOLTAS DE ACAMPAMENTO
CONTINGENTES DE INDESEJÁVEIS
Ao tempo das primeiras comissões que o general Rondon chefiou (e ele as chefiou desde o posto de primeiro-tenente!) o Exército brasileiro era constituído, não pelo sorteio militar como atualmente, mas por elementos exclusivamente