Ao termo de todos os levantes de soldados, como os que caracterizaram a revolta da guarnição da fortaleza de Santa Cruz, à barra do Rio de Janeiro, onde foram assassinados o major Digno, fiscal daquela praça de guerra e o tenente Torres, instrutor; a revolta das guarnições da esquadra nacional na baía do Rio de Janeiro, em cujo desenrolar foi tragicamente sacrificado o almirante Baptista das Neves; tocava sempre à Comissão Rondon um contingente de revoltosos. Em consciência, ninguém poderá considerar invejável a situação em que se encontravam então, diante desse amontoado de feras humanas, os oficiais e o chefe da Comissão. O problema a resolver apresentava duas dificuldades capitais: 1: amansar; 2: fazê-los produzir.
Reflita-se que a maior parte deles zombara, nos quartéis, de todos os castigos regulamentares, desde a repreensão até a prisão em célula, durante 25 dias a pão e água, repetidas vezes!...
Para dar ao leitor uma ideia mais nítida de como se comportavam tais contingentes durante a viagem, basta aqui citar alguns incidentes ocorridos com o que foi conduzido pelo então segundo-tenente Aureliano Lima de Moraes Coutinho, em 1913, da cidade de São Luis de Caceres ao acampamento geral da construção, efetuando a marcha de cerca de 700 quilômetros, por terra, através do sertão, semelhante à que fizemos durante a Expedição Roosevelt (vide publicação n.° 54 da Comissão). Este oficial é o mesmo à que me referi à folha 164 da publicação acima citada (nos seguintes termos: "uma energia varonil metida em pálido e franzino arcabouço"), quando passei em seu acampamento e o vi abatido fisicamente pelo impaludismo, mas inquebrantável moralmente na manutenção da disciplina e na disposição de ânimo com que enfrentava todas as dificuldades.