Impressões da Comissão Rondon

Foi-lhe entregue o contingente à margem do rio Paraguai, defronte ao quartel existente em Caceres e, conquanto conduzido por outro oficial (certamente do grupo dos descrentes definitivos a que se referiu o Sr. general Tasso Fragoso, em artigo publicado na Defesa Nacional...) fez esse contingente a marcha (?) do quartel ao porto de embarque nas condições mais cômicas e indisciplinadas que é possível imaginar: os soldados vinham sambando em forma, como se estivessem dançando o catêretê! Já antes de receberem ordem de "direita-volver" e "em frente, ordinário, marche" haviam eles dado vivas e morras (!!)... estes morras naturalmente em homenagem à Comissão... O velho alferes que os conduzia, fez entrega da relação ao tenente da Comissão e, provavelmente, depois de fazer meia-volta (da Ignacia) sobre os calcanhares, retirou-se dando graças a Deus de ter conseguido que aquele bando indisciplinado passasse a outro comando... O oficial da Comissão, perfilando-se, exigiu silêncio e compostura, determinou ao primeiro-sargento que fizesse a chamada e corrigiu o alinhamento... A mudança foi brusca, mas os hábitos maus estavam inveterados... De modo que um cabo de esquadra, mais desabusado, não se conformou com as novas disposições e continuou a dançar o mesmo cateretê da marcha até ali. A sua alegria cínica foi porém interrompida pelo estalar de uma pancada, acompanhada de uma declaração formal de que se arriscava a ficar enterrado em Caceres... (Note-se que o oficial estava completamente desarmado!)

O efeito deste violento golpe de energia, que as circunstâncias exigiam, foi a submissão e a obediência, entrando as coisas, desde logo, em seu regime normal quanto às praças de pret simples. Mas, observou o tenente Coutinho que algum sargento fazia causa comum com os soldados e havia boatos circulando e que davam como certa uma revolta. Isto pouco influía no espírito de

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