Evolução econômica do Brasil

Conforme vimos, a mudança dos principais produtos deslocou a fronteira econômica do país. O ciclo açúcar formou núcleos agrícolas; o ciclo do ouro perturbou parte dos mesmos e originou novos centros pastoris e agrícolas. O cacau e o fumo são mais semelhantes ao açúcar em sua influência. A borracha, na sua atividade destrutiva, pode ser comparada com o ouro, desde que, em ambos os casos, as corridas iniciais causaram o afastamento de outros ramos de produção. O café combina todas essas influências, tendo sido inaugurado em uma "corrida" como a do ouro e da borracha, e possuindo ainda o efeito colonizador dos outros produtos. O café, além disso, desempenha um papel mais importante na economia monetária.

Não somente a fronteira foi mudada, o centro de gravidade econômica do país mudou com os produtos. O açúcar e a economia de fazenda constituíram o alicerce da liderança da Bahia e Pernambuco no Império; café e o progresso industrial, o de São Paulo durante a Primeira República; a policultura do Rio Grande do Sul e Minas Gerais (bem como a riqueza mineral deste último Estado) arrebataram a São Paulo a liderança em 1930, mas esses Estados tiveram de ter São Paulo em conta e cooperar com ele, afim de manterem suas posições.

A mudança nos principais produtos tem influência não somente sobre a política nacional, mas também sobre a internacional. O conflito entre o norte e o sul era, ao mesmo tempo, a luta entre a tendência europeia e americana na história brasileira. A Bahia, a Virgínia brasileira, é o lugar de nascimento de "esses ingleses" (capítulo V). São Paulo, como veremos (capítulo III) deu nascimento a um novo produto, um novo tipo humano, um yankee sul-americano. Essa diferença