O bandeirante personifica movimento, dinamismo, contrastando com um país inculto e estático. Os seus companheiros são os membros componentes da "bandeira".
O fazendeiro já não é mais um nômade, é um radicado à sua fazenda. Não é possível empregar, para designar os seus domínios, as denominações geralmente usadas para esse fim nos Estados Unidos e na Europa. A fazenda lembra, antes, um domínio feudal. O mundo do fazendeiro é constituído pela sua fazenda; ele é um elemento conservador e preso ao que é seu, constituindo uma reação contra o caráter nômade de seus ancestrais. Sua família, seus escravos, seus agregados, seus empregados, constituem o seu meio e o seu ambiente. Todos esse elementos são igualmente radicados e estáveis no lugar em que habitam.
O mundo do paulista é a cidade; ele constitui um dente do maquinismo urbano; não tem laços pessoais com o meio em que vive, mas de uma maneira geral está entrelaçado com a economia do país; ele é atingido pelos altos e baixos do mundo econômico, com as suas prosperidades e depressões. É um ser que se movimenta, mas não é um nômade. O paulista contribuiu com a sua energia pessoal para tornar o país economicamente desenvolvido e dinâmico, imprimindo ao mesmo tempo rapidez ao movimento registrado nesse sentido.
Esses três tipos aparecem, na história da economia brasileira, num entrelaçamento genealógico. O fazendeiro geralmente possui um bandeirante como fundador da família e orgulha-se disso; o paulista moderno geralmente pertence à família de um fazendeiro.
Devemos, entretanto, não fazer confusões: trata-se de uma genealogia tipológica e não de uma história cronológica, porque, na verdade, o fazendeiro e o bandeirante,