parece ter um paralelo entre São Paulo e Rio de Janeiro, isto é, entre o antagonismo existente entre a capital comercial e a capital administrativa. Os paulistas pertencentes às classes que vão enriquecendo gostam de ser considerados como os dirigentes da nau do Estado Brasileiro.



O ESTRANGEIRO

É necessário cuidado quando se fala em "estrangeiros" no Novo Mundo, uma vez que esse mundo foi criado exclusivamente pelos imigrantes. Os índios nativos desempenharam parte muito pequena nessa criação. Primeiro, os portugueses, depois os espanhóis, os franceses, alemães, todos eles invadiram o Brasil, e a esparsa população nativa do país organizou-se por si mesma para a defesa, ou reuniu-se aos portugueses, conjugando os seus esforços para repelir os intrusos.

Todos eles imprimiram alguma influência no país: Pernambuco possui ainda a arquitetura holandesa; o dialeto português do extremo sul se aproxima muito do espanhol; o francês deixou alguns traços no Maranhão; os ingleses tornaram-se membros das bandeiras. Mesmo os portugueses foram considerados como estrangeiros pelos nacionalistas coloniais dos primeiros tempos.

O negro também era um estrangeiro, não obstante a sua procedência das colônias portuguesas da África (era uma espécie de cooperação econômica com o império colonial português. A América necessitava de braços, que abundavam na África, e as duas colônias dessa forma completavam-se).