Evolução econômica do Brasil

Portugal enviava ao Brasil. A corte portuguesa transplantou para o Brasil, ou antes, para o Rio de Janeiro, a Versalhes tropical da América do Sul, não somente "o cabeleireiro da corte, Monsieur Catilino" e a "costureira da moda, Madame Josephine", mas igualmente as ideias em voga. Dessa forma Portugal tornou-se o intermediário na emancipação do Brasil de Portugal e na integração do Brasil ao movimento intelectual universal.

Lembremos a inclinação das jovens nações para a imitação, o seu caráter receptivo, a sua paixão de uma base idealista para os seus feitos e trabalhos, e podemos compreender a inter-relação específica entre as ideias econômicas e a atividade econômica na história do Brasil, desde o começo do século XIX.

A história das ideias econômicas no Brasil ainda não foi escrita (como também ainda não foi escrita sobre os demais países do Continente Americano, inclusive os Estados Unidos). Mais do que a própria história econômica, existe a falta de trabalhos preparatórios, constante de coletânea de material e monografias, feitas com paciente e infatigável espírito de pesquisa.

Escolherei duas épocas para dissertar sobre as mesmas aqui. Elas constituem ilustrações particularmente interessantes da inter-relação entre as ideias econômicas e a atividade econômica. Nas mesmas veremos claramente as reações do Brasil às ideias promulgadas na Europa. Essas ideias são o classicismo inglês e o laissez-faire de Adam Smith, e aqueles que as seguiram desde o início, e o prático Saint-Simonismo francês de meados do século XIX, do qual a divisa comercial e política era enrichissez-vous.

A primeira época é representada pelo Professor José da Silva Lisboa, adepto de Adam Smith, conselheiro