estamos ainda longe da possibilidade de criar uma epopeia.
Ainda não chegou o tempo de assumir a corajosa tarefa de um estudo generalizado da História Econômica da América Latina, nem mesmo de um país. Muito abundantes, mas muitas vezes deploravelmente negligenciados e nem sempre acessíveis, os dados têm de ser primeiramente colecionados, classificados e investigados. O trabalho das industriosas sociedades históricas e geográficas locais tem de ser revisto e resumido; uma análise cuidadosa sobre as investigações por monografias especiais deve preparar o terreno para esta empresa.
Com estes pensamentos, comecei a reunir dados e estudar a história econômica do Brasil para "uso próprio", na preparação deste livro. Ultimamente dominou-me a ideia de tomar uma tarefa limitada — dar não uma epopéa nem mesmo uma descrição exaustiva, mas um estudo do "típico" na História econômica do Brasil — dar uma história não de fatos mas de tipos e de tendências. Preferi o método tipológico para este estudo, porque penso que usualmente, nas investigações modernas sobre história econômica, as descrições das formas externas das instituições tornam-se exageradas sem que se saiba mais sobre a sua natureza interna.
A vida de um país não conhece um estágio estático: é sempre dinâmica, nunca estaciona — constantes ondulações, mudanças permanentes — evolução eterna. A história de uma nação é uma análise da sua evolução — evolução na sua estrutura econômica, política, social e psicológica. O ritmo das evoluções não é mesmo para todos os países e nações. O tempo das evoluções brasileiras é especialmente rápido; o país manifesta-se como altamente dinâmico.