Este aspecto dinâmico do desenvolvimento brasileiro torna-o um campo especialmente propício para uso do método de pesquisa pelo lado típico.

Esboços de História Econômica guiarão o leitor da vida isolada de uma colônia remota às ondulações das modernas economia e política mundiais — da depedência colonial ao nacionalismo econômico. Testemunhamos séculos de deslocação de fronteira no Brasil, iniciada pelos bandeirantes e trilhada hoje pelos homens de negócios. A diferença está na forma e nos métodos¡ o objetivo era e é o mesmo — a extensão do território econômico.

A fronteira econômica ainda se move, pois as reservas territoriaes (políticas) do Brasil estão longe de serem esgotadas. A facilidade com que a expansão extensiva foi levada a efeito contrabalançou a expansão intensiva, conduzida a um "Raubwirtschaft", e a uma perpétua mudança dos produtos principais. Açúcar, ouro, algodão, borracha e café — formando um caleidoscópio das variações dos produtos principais e, muitas vezes, dos tipos econômicos humanos correspondentes, fazendo progredir diferentes estados e diversas classes sociais, preparando o fundamento econômico para suas aspirações e realizações políticas. Mas o mercado mundial e os seus preços permanecem o árbitro todo poderoso de seus conflitos; e esta dependência do mercado mundial é o fator determinante de sua economia.

A segunda metade do século dezenove dá ilustrações peculiares da inter-relação entre o ondular econômico do mundo e as flutuações nacionais; o clímax foi a Grande Guerra, o nascimento oficial do moderno industrialismo brasileiro.

Mas não só os preços — ideias econômicas também — prendem o Brasil ao mundo; e temos de concordar, com Marshall, que "a procura de ideias não é trabalho