do poder público, que talvez seja o mais perigoso provocador de crises, por se exceder sempre na sua atuação social, econômica e política.
É o que acentua no seu livro L'État et les Crises. Há pouco falei em peculiaridade e em estrutura nacional. Mas agora preciso falar em J. F. Normano, que tão bem estudou as do Brasil. Não obstante quaisquer restrições que se possa opor a Normano, a verdade é que ele formulou uma das mais interessantes sínteses sobre a nossa formação econômica e financeira. Pode-se discordar dele neste ou naquele ponto, mas força é reconhecer seu valor, principalmente na crítica da história das nossas finanças públicas, em que tão bem ele acompanha e fere no seu traço fundamental, o choque contínuo do papelismo com a deflação. Se presta sua homenagem a Ruy Barbosa, outorga a Joaquim Murtinho o primado de gestor das finanças públicas do Brasil.
E Murtinho foi a concepção e a ação. Insculpiu- se esta na história das nossas finanças. Encontra-se aquela, principalmente no seu Relatório de 1899; sempre atual, sempre verdadeiro e sempre adequado ao momento.
Mas Normano foi menos justo para com Sir Otto Niemeyer, cujo relatório sóbrio e seguro sobre o Brasil não merece todas as censuras que aquele lhe faz, principalmente lendo-se o relatório de outro fundador desta Sociedade, o Sr. Dr. José Maria Whitacker, com quem Niemeyer trabalhou, quando dá conta de sua galharda atuação de primeiro Ministro da Fazenda, do Governo Provisório da Segunda República.
Essa obra de Normano — Brazil — A Study of Economic Types — a nossa Sociedade acaba de traduzir e vai públicar em dezembro, graças à operosidade e competência da Comissão encarregada, composta dos senhores