dois característicos: 1° produz mercadorias; 2º a maior-valia, ou o lucro, é o fim e a causa da produção. Observa então o irrefutável Arthur Labriola: Devia-se pois concluir que o capitalismo é um sistema mercantil, cujo único fim é a produção do lucro. Mas que sistema econômico — fundado ou não sobre a apropriação privada dos meios de produção — não se propõe produzir uma maior-valia, um lucro a partir dos custos e das despesas de produção? Que espécie de economia será esta em que não se procure mais do que se despende?
Para o debate superior desses problemas sociais, econômicos e políticos, tão entrelaçados e tão intimamente ligados, surgem bem a propósito as Sociedades de Estudos Econômicos e as Faculdades de Economia, porquanto para combater o comunismo, não basta aconselhar e exortar, pela moral e pelo patriotismo; não são suficientes a ameaça penal da lei ou a coação punitiva do poder público, mas é essencial o exame das causas, que acarretam o desequilíbrio social, a perturbação econômica e a inquietude política.
Labriola, com a sua autoridade de sociólogo e economista, ensina que as crises, que tiveram seu primeiro teorista em Sismondi, não podem se enfeixar numa teoria geral, porque cada uma se reveste de sua individualidade histórica.
E esta se forma na peculiaridade do meio e dos tempos, nas contingências gerais dos acontecimentos mas também no âmbito imediato e positivo duma estrutura nacional.
Mas crises sempre haverá, porque são fases de adaptação e de busca do equilíbrio das sociedades, provocadas pelos fenômenos naturais, pelas invenções, pelo aperfeiçoamento da técnica, pela intervenção indébita