A acentuação da prolongada crise em 1929 contribuiu para o agravamento de todas as outras crises latentes e inspirou a crise econômica. À semelhança do que aconteceu em outros países sul-americanos, a crise crônica local do período transitório entrelaçou-se com a crise mundial. As oscilações mundiais atingiram o Brasil tão rapidamente que o ano de 1929 — em que se regista a crise de Wall Street — foi o ano oficial da transformação da crise crônica brasileira em uma crise aguda. Ela foi o resultado do cruzamento das oscilações nacionais e mundiais e da coincidência das oscilações longas e curtas do ciclo comercial.

A corrente política de 1929 e a revolução de 1930 contribuíram para a situação, causando irregularidades de comunicações, destruição de estradas, desordem no comércio estrangeiro, aumento das despesas e diminuição das receitas.

O Banco do Brasil tornou-se um instrumento submisso à vontade do Governo. O Presidente do Banco declarou, no Relatório de 1930, que o Banco "por ordem do Presidente, atendeu com presteza a todas as solicitações de crédito legítimas, que foram feitas no país".(274)Nota do Autor

A crise das exportações brasileiras causou uma contração do comércio exterior (exportação, 1929: £94.831.000 e 1930, £65.770.000); e a balança de pagamentos tornou-se ainda mais desfavorável, visto como a importação de capital estrangeiro, já em declínio desde 1927, cessou. As reservas-ouro logo ficaram esgotadas.