Brasil uma saída para o mar, uma vez que o unico porto oceânico, Rio Grande, não oferecia condições à navegação de longo curso.
A luta no sul foi ao mesmo tempo em defesa da província mais nova, pois a capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul foi estabelecida em 1807. E só então foi tributado aos esforços anteriores dos bandeirantes um reconhecimento oficial.
Naturalmente a velha rivalidade entre Castela e Portugal, transferida para o Novo Mundo, teve também alguma influência psicológica. Houve uma reprodução da situação peninsular no Novo Mundo. D. João sonhou estender o seu domínio sobre o Uruguai e Paraguai, talvez até tendo em vista reconstituir o Vice-Reinado do Prata. Este motivo, geralmente acentuado pelos historiadores brasileiros (Tobias Monteiro, Calógeras, João Ribeiro), não foi naturalmente decisivo, mas contribuiu para o encontro da estabilidade na fronteira do Sul.
Esta longa luta não só deixou de produzir resultado prático duradouro como não deu ganho algum territorial ao Brasil, nem aumento de influência política no Prata. Ao contrário, o crescimento da Argentina como potência fez com que o Brasil tomasse interesse pela independência do Uruguai (1828), a antiga Província Cisplatina do Brasil, hoje o Buffer-State ("Estado-Tampão"), com o status geográfico de um Afeganistão americano. O Paraguai, em cuja capital as tropas brasileiras entraram em 1868, tornou-se um meio-domínio econômico da Argentina. E a Argentina, financiada pelo Brasil, em meados do século passado, para combater Rosas, e libertada de Rosas, e mais tarde ainda aliada do Brasil na guerra do Paraguai, tornou-se maior e única rival do Brasil no continente.