Evolução econômica do Brasil

A razão principal desta anomalia reside não tanto no aspecto agrícola, quanto no aspecto industrial do problema.

A moderna aparelhagem adotada no fabrico do açúcar tem conseguido geralmente extrair em açúcar de 10% a l2% do peso da cana in natura. Ora, cremos que não existe no Brasil nenhuma usina, nem para amostra, onde se consiga esse resultado. Nossos cultivadores de cana recorrem, em sua maioria, a aparelhos coloniais, com os quais mal conseguem extrair 5% de açúcar.

Ao teor insignificante da extração, por um lado, ajunte-se o desmesurado aumento de despesa, por outro lado, na obtenção dessa ridícula porcentagem: são precisos cem engenhos coloniais, contra uma usina moderna! É impossível, portanto, a concorrência com os povos cultos. É mesmo impossível termos açúcar a baixo preço para nosso próprio consumo interno. Para este, temo-lo tido a vil preço, de tempos a tempos, mas à custa de dolorosa ruína de muitos produtores."(66)Nota do Autor

Os técnicos ingleses e brasileiros estão de acordo no diagnóstico da produção de algodão:

"... Este, entre nós, subordina-se unicamente ao fator preço, muitas vezes alvo de especulação, em detrimento da indústria consumidora. Preços elevados num ano, plantio abundante no ano subsequente; preços baixos e no ano seguinte plantio restrito.

Não temos aqui uma lavoura algodoeira estável, como sucede nos Estados Unidos e no Egito. Entre nós, o plantio do algodoeiro é quase ocasional e não possuímos em nosso vasto cenário agrícola uma casta de lavradores que, como o camponês americano e o felah