as coroas e os braceletes da fidalguia lusa, ao tempo do megalomaníaco D. João V.
Evitava-se enfim, por todos os meios, que os "colonos" americanos progredissem e se fizessem opulentos, para não se transformarem mais tarde em armas perigosas contra a metrópole. E a lei de 1 de outubro de 1777 chegou até ao absurdo de ordenar que todo português que acumulasse aqui determinada fortuna fosse imediatamente recambiado para Portugal, levando para lá seus haveres!
Na ordem social, negava-se à Colônia, por todos os meios, a luz da ciência. Proibiam-se até escolas de primeiras letras, como se vê do aviso de 18 de junho de 1800, no qual se repreendeu severamente a Câmara da Tamanduás, por haver instituído em seu distrito uma aula pública! Não queriam, pois, que a Colônia pudesse conhecer os seus direitos, nem figurar entre as nações cultas. Chamavam-se para Lisboa os homens de gênio e de talento, para só ali contribuírem para a elevação e o "brilho" do carunchado Reino. E, ao passo que isso faziam, toda casta de criminosos da pior espécie eram mandados para o Brasil, que era o degredo preferido para os burlões, falsificadores, ladrões, caftens, etc. — "Atendendo El-Rei que o Brasil precisa ser povoado — dizia um dos decretos (1786) — há por bem decretá-lo couto e homizio para todos os criminosos que neles quiserem ir morar, ainda que já condenados em sentença, até em pena de morte"!