O Fico: Minas e os mineiros na Independência

Urgia, pois, um termo à situação. Sob pena de, ou perder Portugal o novo Reino, de que tanto carecia, ou passar, ele próprio, à condição de colônia em mãos dos seus antigos súditos.

Por isso, as Cortes Portuguesas, que havia cem anos não se reuniam, logo que passaram a funcionar, entenderam de entrar pelo único caminho preferente e lógico para o momento — o da recolonização, posto disfarçada, do continente sul-americano.

Enquanto, por exemplo, prodigalizavam toda ordem de franquias e favores às Províncias ultramarinas, mesmo a determinados núcleos e até a corporações e indivíduos, para o Brasil — só o descaso e o despotismo. Todas as liberdades já outorgadas por Dom João VI ao Reino Unido iam sendo a pouco e pouco suprimidas, a tal ponto de encontrar-se o príncipe Dom Pedro, logo no início do seu governo, em sérios embaraços financeiros e dificuldades políticas, quase sem poder agir. Por um primeiro decreto de Portugal, de 24 de abril de 1821, foram declarados independentes do Rio de Janeiro todos os governos provinciais, que passavam a obedecer aos tribunais de Lisboa. Por ato de 1º de setembro do mesmo ano, instituiu-se para cada uma das nossas Províncias um governador de armas, delegado direto do poder executivo de além-mar. Ainda por decreto de 18 de setembro do mesmo ano ordenou-se o reforço das tropas para o Brasil, com o fim manifesto de manter aqui o antigo autoritarismo luso. Cuidaram

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