O Fico: Minas e os mineiros na Independência

constantemente interrompido pela saraivada de apartes e pela intromissão insolente das galerias.

Faltava, enfim, forjicar-se no Paço de Queluz, um único decreto e este, de certo, não tardaria: o da revogação sumária daquele que elevou o Brasil à categoria de reino.

É óbvio, pois, concluir, por tudo isso, como dizíamos, que em 7 de setembro de 1822 não devíamos estar apenas proclamando a nossa Independência, mas celebrando, pelo menos, o primeiro centenário do grandioso evento.

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Quanto ao segundo fato, referido, de passar como verdade termos recebido a Independência das mãos dadivosas de dois lusitanos autênticos, brada solenemente contra isso a verdade histórica. Nem o 9 de janeiro de 1822 devemos senão em mínima parte ao português José Clemente Pereira, como adiante veremos, nem o episódio do Ipiranga foi obra isolada do irrequieto príncipe bragantino. Como diz, e muito bem, Basilio de Magalhães, e está no consenso unânime dos brasileiros, — "dos episódios máximos que precederam o 7 de setembro é lícito inferir que os patriotas se agitaram e a pátria nada mais fez do que conduzi-los à indefectível vitória, num movimento coletivo, num titânico afã solidário, em que quase se não pode lobrigar quais foram os capitães e quais os soldados".(6) Nota do Autor Não violará, de certo,

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