Botânica e agricultura no Brasil no século XVI

de dezenas de espécies úteis que eles aqui encontraram nas roças dos indígenas, contentemo-nos com o que destas podemos aprender e vejamos se efetivamente elas não nos confirmam o que Martius disse a respeito do homem americano.

Para povo de um país que se diz essencialmente agrícola, a apuração da origem e pátria dos vegetais úteis, é sempre questão digna de atenção. Ela deve interessar não somente aos cientistas, mas também aos agricultores em geral, porque envolve elementos muitos, com o auxílio dos quais, se pode conseguir resolver problemas de genética e de defesa vegetal e animal.

Como a distribuição geográfica das plantas úteis está intimamente relacionada com a distribuição do homem sobre a face da terra, é evidente que o seu estudo interessa igualmente à história da raça humana. Ainda pairam não poucas dúvidas a respeito da migração da raça humana e muitas delas poderão, talvez, ser dissipadas pelo estudo da migração das plantas úteis.

Pelo que ficou dito, torna-se patente a vantagem da história da botânica e agricultura no nosso país, mas evidencia-se também que a tarefa a que nos arrojamos é grande e penosa. Como a história universal ou pátria, a da fitologia e da fitocultura tem de estribar-se em documentos manuscritos ou impressos, sempre que não pode reportar-se a fatos presenciados pelo autor que a escreve. O que isto significa, em nosso meio, compreendem-no aqueles que já experimentaram realizar qualquer cousa neste terreno. A dificuldade para se conseguir a bibliografia indispensável é um grande obstáculo; mas, para o nosso caso, a carência de recursos e a deficiência de tempo, representam óbices maiores.

Lutando com ingentes esforços para dar conta dos múltiplos encargos - que a três ou quatro deviam ser

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