de pragas daninhas e de cruzamentos prejudiciais, desapareceram em parte depois que o advindo da Europa se apossou deles. Outros, é verdade, foram melhorados e continuam sendo desde então uma fonte de recurso para a alimentação do homem. Mas, que contraste! O homem americano conseguiu criar essas formas selecionadas e pode conservá-las puras durante séculos, embora vivendo como nômade, reputado sem instrução e sem ciência - segundo a opinião da grande maioria dos advindos -; ao passo que, atualmente, o homem civilizado, com todos os seus recursos científicos e pecuniários, só com imensa dificuldade logra conservar o que existe e só raramente consegue apresentar uma nova raça ou um novo tipo com reais vantagens sobre os recebidos. Ao par disto, continua, no entanto, sempre aceso o interesse para reaver o que então existia e para reencontrar o segredo de que dispuseram os nativos para realizar o milagre referido.
Remontando aos primórdios da descoberta verificamos que os selvagens, que aqui habitavam, possuíam muitas espécies úteis em cultura, que, por sua natureza demonstraram ser fruto de muitos séculos de seleção e aperfeiçoamento cultural; e como da maioria deles nem se descobriu ainda as formas originais ou agrestes, chega-se à conclusão que essa raça humana aqui domiciliada deve ter sido antiquíssima, que no decorrer dos séculos deve ter passado por muitas peripécias e várias modificações sociais.
Se hoje a ciência tem a pretensão, e até o dever, de ministrar ensinamentos de botânica e agricultura ao indígena, não se deve esquecer que naqueles primórdios os mestres foram estes e os alunos os advindos de além mares. O imigrado aprendeu a botânica e a agricultura desta terra com o selvícola e ainda hoje, apesar das