Botânica e agricultura no Brasil no século XVI

O autor suprarreferido, disse, textualmente: "Na África central e no Brasil o arroz selvagem cobre vastas superfícies de solo alagadiço das proximidades de rios e ocupa pântanos inteiros. Os nativos entram no meios dessas formações dele com suas canoas, batem as espigas maduras com varas, para os grãos caírem nas mesmas, colhem igualmente aqueles que flutuam sobre as águas". Esta asserção não é, aliás, novidade nenhuma porquanto Walter May Die Reiskultur, insbesonders in Brasilien, da Botanische Zeitung pp. 50, 56 e 66, já disse isto em 1862 e H. Winkler: "Reis" (1926) p. três, refere-se ao mesmo fato e acrescenta: "arroz silvestre não quer dizer que seja asselvajado ou a forma primitiva do cultivado". Mais adiante Sprecher Von Bernegg diz: "No Brasil, a primeira tentativa para cultivar o arroz (da Europa) foi feita no Maranhão, no ano 1745, com excelentes resultados. Em 1750 introduziram-no em Garanhuns, em Pernambuco, por isto até agora denominam aquela serra ali de 'Serra do arroz'".

Destas notícias bibliográficas de autoridades insuspeitas, conclui-se, portanto: Primeiro) que o arroz selvagem existia aqui, porque os nativos ofereceram arroz aos companheiros de Cabral, quando estes chegaram às suas aldeias um pouco afastadas do litoral; - Segundo) que não está verificado ainda se o arroz cultivado (Oryza sativa L.) é uma forma aperfeiçoada do selvagem ou se este é uma forma degenerada dele; - Terceiro) que o arroz conhecido na Europa, foi introduzido no Maranhão, por volta de 1745, e finalmente - Quarto) que, tanto na África, Ásia e no Brasil, sempre existiram vastas superfícies alagadas, em que medrava e continua medrando uma forma do arroz que é distinguida como selvagem.

Os botânicos e os etnógrafos que estiveram no Estado de Mato Grosso, quer nos pântanos do Rio Guaporé

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