Alberto Torres e sua obra

das soluções administrativas e econômicas às necessidades do estado. Sua atividade, dizia o nobre presidente, fora absolvida pela ambição de promover a transformação da vida econômica do estado, solver a sua crise financeira e impulsionar seu progresso intelectual, deixando em segundo plano preocupações de ordem política e afrontando, em benefício da prosperidade da terra natal, a impopularidade de reformas antipáticas aos preconceitos e interesses de muitos."

Um dos pontos que mereceram especial cuidado da sua administração foi a utilização e proteção ao colono nacional, tendo, entre outros atos, criado uma colônia puramente nacional, na antiga fazenda da Boa Vista, na Paraíba do Sul, abandonando assim a tradição da nossa inepta política econômica que, aconselhando todos os sacrifícios para a importação do braço estrangeiro, despreza o nosso trabalhador mais valioso como utilidade produtora, deixando que, aos milhares e milhares, pereçam, pelo Brasil inteiro, e especialmente na Amazônia, sem a assistência rudimentar que outros países não têm recusado aos habitantes das suas mais afastadas colônias.

Com razão escreve Alberto Torres, na Organização Nacional que — "Assume proporções de escândalo o ardor com que os nossos governos se têm empenhado por estabelecer e instalar colonos estrangeiros, dando-lhes propriedades e instrumentos de trabalho, ao passo que abandonam à ociosidade não poucos milhões de nossos compatriotas. O pedaço de terra cultivável, a casa, os principais instrumentos de trabalhos, alguns animais de criação, a escola, lições práticas de agricultura, podem e devem constituir um direito do cidadão brasileiro: a arca dos bens da personalidade para a viagem da vida."

O Dr. José Bernardino Paranhos da Silva, que foi Diretor-Geral da Instrução Pública do Estado do Rio na presidência Alberto Torres, dá testemunho, no trecho abaixo,

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