Páginas de história do Brasil

Entre estes documentos estão também um relatório e uma carta do Governador-Geral Pedro da Silva. Informa ele a El-rei da

"vitoria que Deus foi servido dar-nos contra o Conde de Nassau e seu exercito, com que nos veio sitiar por mar e terra, largando o sítio com pouca reputação, aos 40 dias dêle, deixando, no seu quartel, a artilharia, munições, petrechos de guerra, bastimentos e fortes, que nos tinha ganhado, com perda de dois mil homens entre mortos e feridos e cativos, não chegando a da nossa parte a 200, de que só morreram 80 e os feridos vão melhorando, a Deus graças".

O relatório do Governador é um resumo da folha de serviço do combatentes [sic]. Começa pelos mais graduados. O Conde de Bagnuolo, mestre de campo general do exército de Pernambuco, Duarte de Albuquerque Coelho, os três mestres de campo, Fernando de Lodenha, Luiz Barbalho e Heitor de la Calce ; o provedor-mor, Pedro Cadena de Vilhasanti, autor da Relação Diária, de quem fala com grande elogio; os oficiais, Lourenço de Brito Correia, Afonso Ximenes, Pedro Correia da Gama, Martim Ferreira e outros, especializando os serviços de Francisco Peres de Souto, tenente-general da artilharia, e Gregório Cadena Bandeira de Melo, filho do provedor, que vai levar agora a El-rei todas estas boas noticias...

Este relatório de Pedro da Silva, depois Conde de São Lourenço, exaltando os serviços dos seus subordinados, esquecido dos próprios, honra um Governador. Mostra também o estado de otimismo que reinava na cidade. Semelhante exaltação se reflete, de maneira triunfante, literária e mordaz, nos sermões gratulatórios, de António Vieira. No de Santo António (12 de junho de 1638) evoca o grande orador o texto da Sagrada Escritura, em

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