A vida de Paulo Eiró, seguida de uma coletânea inédita de suas poesias

para sempre a empresa, sem ter produzido os ambicionados frutos.

Mais tarde João Paes e sua mulher Suzana Rodrigues, já filhos de povoadores, erigiram uma capela sob a invocação de Santo Amaro, nome esse que, com o decorrer do tempo, foi substituindo nos papéis e na linguagem do povo a primitiva denominação do aldeamento indígena, estendida ao núcleo civilizado. Em 1646 foi criada a paróquia, sendo seu primeiro vigário o padre doutor João de Pontes, irmão do venerável padre Belchior de Pontes, ambos pertencentes a família santamarense. Por esse tempo já Ibirapuera tinha sido absorvida; entrava em declínio, desaparecia.

Como bem observa um cronista, a pacífica e recolhida terra de Santo Amaro orgulha-se de três notáveis filhos: um bandeirante — Borba Gatto; um santo — padre Belchior de Pontes, e um poeta — Paulo Eiró. E o mais interessante é que todos três pertencem à mesma família. Nas suas veias correu sangue azul das princesas Terebé, Bartyra e daquela cujo nome indígena se perdeu após o casamento com Braz Gonçalves. Mas é de Paulo Eiró que vamos tratar nestas páginas. Foi ele uma das figuras mais luminosas e também mais inquietas de São Paulo no século passado; fazer-lhe a biografia é contar a história de um poeta que amou; mais do que isso, de um poeta que enloqueceu de amor.

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