BIBLIOGRAFIA
Organizada por JOSÉ A. GONSALVES
I
OBRAS DE PAULO EIRÓ
A mais antiga poesia de Paulo Eiró que se conhece, é de 1852 ("Noite escura"), e as duas últimas, de 1862 ("América" e a célebre quadra a Gonçalves Dias), ano em que também escreveu o prefácio do drama "Sangue Limpo". Todavia, é muito provável que Eiró tenha escrito versos anteriormente a 1852, e, além do seu trabalho folclórico, que deve ser de 1850, iniciou em 1848, aos doze anos de idade, o "Apêndice" que se segue às "Tábuas cronológicas", de seu pai. Sabe-se igualmente que, mesmo depois de sua internação no hospício em 1866, ainda escreveu versos. Não obstante, os escritores que melhor estudaram a vida e a obra do poeta, como Affonso Schmidt, Amadeu Amaral, Cesar Salgado, Claudio de Souza, Francisco Pati, Guilherme de Almeida, Mario Vilalva, Valdomiro Silveira, têm limitado a sua vida intelectual, especialmente quanto à produção poética, ao período de 1851 a 1862, notando-se que de 1851 não existe nenhuma poesia. Como observa Francisco Pati, é de assombro a impressão que nos dá a produção de Eiró em dez anos de atividade literária, "tempo que não daria sequer para a iniciação de um cérebro bem formado".
Amadeu Amaral, justificando a sua opinião que fixa em dez anos o período de produtividade de Eiró, escreve: "Feitas as contas, a vida intelectual de Paulo Eiró pode ser limitada no espaço que vai dos 15 anos — máximo recuo que é lícito conceder aos seus inícios de poeta, já bastante precoce — até aos 25, idade em que já manifestava francos sinais de insânia. Portanto, viveu realmente uns escassos dez anos. Pois bem. Nesses dez