um artista", e o Sr. Rodrigo, para apresentar uma comédia do sr. Paulo Eiró, intitulada "O traficante de escravos". O Sr. Rodrigo, a que se refere a notícia, é evidentemente Rodrigo Octavio de Oliveira Menezes, então estudante do 5º ano, dramaturgo de valor, pai de outro escritor ilustre, Rodrigo Octavio de Langaard Menezes, e que, no Correio, de 8 de junho de 1861, assina um comunicado do Instituto Dramático Paulistano, como seu secretário interino. Ainda o Correio, de 28 de novembro de 1861, tratando de Paulo Eiró, informa que essa comédia é em um ato, e que sobre ela deveria dar parecer o Instituto Dramático, que funcionaria em março (de 1862), parecer esse que não foi possível descobrir.

O fato de o poeta encarregar a outrem da leitura da sua comédia é bem característico da sua timidez.

TERÇA-FEIRA DE ENTRUDO.

PEDRA FILOSOFAL.

FARSAS:

NOIVO À PRESSA.

FEL E VINAGRE.

CENA CÔMICA:

À PORTA DO TEATRO.

A relação dessas obras consta de um catálogo da sociedade que mantinha o "teatrinho" de S. Amaro, escrito com letra de Eiró. Segundo sua irmã Maria Serafina, todas as peças citadas, com exceção dos dramas, foram lá representadas. A referida notícia do Correio, de 28 de novembro de 1861, diz que "o Sr. Paulo Eiró tem sido escritor dramático digno de elogio, porque o que leva à cena, passa-se no Brasil ...", de onde se infere que devem ter sido representadas em São Paulo outras peças suas, além do "Sangue Limpo", que só mais tarde seria levado à cena (2 de dezembro).

O distinto escritor e pesquisador sr. Alexandre Haas informa-me ter encontrado, em jornais do tempo, anúncio de uma comédia de Eiró, o que não foi possível averiguar.

Além dos trabalhos mencionados, há, em manuscritos do poeta, conservados pela família, referência a mais 11 peças teatrais, provavelmente de sua autoria. Uma delas, a comédia "Esganarello", foi representada em S. Amaro em 1854 (?), tendo Eiró