A vida de Paulo Eiró, seguida de uma coletânea inédita de suas poesias

FOLCLORE

Coleção de romances, rimas e trovas paulistanas, compostas / por diversos poetas caipiras / Recolhidas / por P. F. de Salles.

Este trabalho não traz data, mas deve ser de 1850 aproximadamente. Restam 76 quadrinhas, na maioria ouvidas às escravas Anna e Gertrudes e a pessoas da família, cujos nomes se encontram ao lado de cada quadrinha.

Coleção de modinhas. Entre elas parece haver algumas de autoria do poeta. Contém 33 modinhas.

Sobre este trabalho, cujos originais são conservados pela família, escreve Amadeu Amaral: "O nosso conterrâneo deixou ainda uma coleção de romances, rimas e trovas paulistanas, compostas por diversos poetas caipiras — o que nos revela outro lado curioso de seu espírito complexo, e o coloca entre os precursores dos nossos estudos folclorísticos... Há nesse mesmo caderno uma coleção de "modinhas", de sabor arcádico, sem nome de autor, e provavelmente apanhadas de ouvido dentre as poesias cantadas ao som do violão naqueles tempos".

*

O poeta escreveu ainda um "diário", de que frequentemente falava sua irmã Maria Serafina. Como Antonio de Alcantara Machado, no seu artigo sobre "Paulo Eiró, humorista", publicado no Jornal do Comércio, edição de São Paulo, de 30 de setembro de 1923, se refere a "um livro de notas, que ele certamente nunca imaginou que viesse a ser lido por estranhos", supus que se tratasse do "diário" de Eiró, que tivesse ido ter às mãos de Brasilio Machado.

Como, no referido artigo, Antonio de Alcantara Machado cita e transcreve poesias que julgo inéditas, pensei que os originais das poesias também se achassem no arquivo de Brasilio Machado. Mas Alcantara Machado me informa que nem o "livro de notas", a que se refere Antonio, nem os originais das poesias se encontram no arquivo do seu ilustre pai.

*

Em suma, da obra de Paulo Eiró salvaram-se 190 poesias; o drama "Sangue Limpo"; o "Apêndice" que se segue às "Taboas cronológicas", de seu pai; dois trabalhos em prosa — a novela "Carolina" e a fantasia "Como se morre", e as coletâneas de versos caipiras e de modinhas.

A vida de Paulo Eiró, seguida de uma coletânea inédita de suas poesias  - Página 286 - Thumb Visualização
Formato
Texto