a pouco nos sertões, onde havia terras inaproveitadas e gordas pastagens naturais. E, obtidas as grandes sesmarias, Garcia d'Avilla, Guedes de Britto e seus sucessores espalharam em fins do século XVI e por todo o século XVII os seus currais pelas margens do São Francisco e nas dos seus afluentes, de lá se propagando pelos sertões nordestinos de Pernambuco, Ceará, Goiás, Rio Grande do Norte, Paraíba e Maranhão. Foi assim o vale do São Francisco o condutor do desbravamento e aproveitamento econômico da maior parte do território nacional. Na fase açucareira da Colônia, quando o Brasil detinha o cetro do fornecimento de açúcar ao mundo civilizado, era o gado originário do vale do grande rio quem abastecia de carne a população lavradora do litoral, acionava as engenhocas ou transportava cana nos pesados carros coloniais para as proximidades das moendas. Por ocasião da descoberta do ouro e do desenvolvimento da mineração no século XVIII já o vale do São Francisco se achava repleto de gado, com várias vilas florescentes e aldeamentos protetores instalados para reduzir os silvícolas. Em 1700, Manuel Nunes Vianna, procurador de D. Isabel Guedes de Britto, filha do primitivo sesmeiro de 160 léguas do rio São Francisco, Antonio Guedes de Britto, era pessoa influente, cuja boa ou má vontade pesava seriamente sobre a sorte dos trabalhadores das minas, suspendendo os fornecimentos dos produtos do criatório a seu cargo ou das lavouras das ilhas e vazantes, cujos cereais abasteciam os garimpeiros. Assim, vemos o papel econômico do vale em apreço nos tempos coloniais, abastecendo os engenhos do litoral da Bahia e Pernambuco e as minerações que custearam toda a pompa do reinado de D. João V. Nos conflitos e lutas da fase colonial, quando o batavo dominando o mar se assenhoreava do litoral do Nordeste, os valentes vaqueiros