a navegabilidade perene com tão diminuta importância. O "Saldanha Marinho", a primeira embarcação a vapor que sulcou as águas do São Francisco, foi armado em Sabará. O casco e as caldeiras foram transportados em carretas da ponta dos trilhos da Central até àquela longínqua região mineira. Tripulado por marinheiros nacionais e comandado por um oficial da nossa Marinha de Guerra, o pequeno barco a vapor desceu o rio das Velhas, sulcou o São Francisco, alcançando Boa Vista, e regressou à barra do rio das Velhas, onde permaneceu ancorado até que nos primeiros anos da República foi incorporado à frota da Empresa Viação do Brasil, organizada no Rio de Janeiro, na fase do chamado encilhamento. O "Saldanha Marinho", montado na província de Minas Gerais, e o "Presidente Dantas", quase seu contemporâneo, armado em Juazeiro, na Bahia, eram pequeninas embarcações, de cerca de 30 toneladas, acionadas por duas rodas laterais. Na fase colonial a navegação do São Francisco fazia-se por meio de canoas, balsas ou ajoujos. As canoas são troncos de cedro ou tamboril, madeiras de pouco peso específico, cavados a fogo e a enxó, embarcações indígena denominadas em língua geral ubá. O ajoujo é a junção de duas ou três canoas por um estrado de madeira, sobre o qual pisam os animais ou repousa a carga transportada. As primeiras barcas, ao que parece, só foram usadas depois da Independência. Em 1847, o coronel Ignacio Accioly de Cerqueira e Silva constatou a existência de 54 barcas em toda a bacia do São Francisco. O gabarito de tais embarcações obedece a um modelo especial, lembrando o junco fluvial chinês. Elas têm alguma cousa da barca fenícia ou da velha caravela portuguesa, com bordas baixas devido à placidez das águas do rio que sulcam. O uso da vela nas embarcações que lá trafegam pode-se dizer