O Brasil na administração pombalina (economia e política externa)

(Contudo, os de hoje não querem saber disso: pensam num compartimento estanque e fora do tempo, segundo seus atuais sentimentos e ideias e conveniências)... Dom João V, com o ouro de Minas, imita Versailles e os concubinatos dos Luises: como era tradução, saiu apenas Mafra e amantes freiráticas... A justificativa era, havendo dinheiro, ocupar o desemprego... Mas, o fato é que ninguém vive sozinho, sem interações humanas, sem imitar...

Dom José chama para ministro um diplomata viajado, casado com estrangeira, que "esclarecerá" Portugal. Com esse "esclarecimento", isto é reforma da Universidade, preocupações industriais, coloniais, financeiras, reformas e reformas - o despotismo mais arcaico... o "despotismo esclarecido", à portuguesa... Sob o ponto de vista geral, o despotismo apenas mudou, que agora se fazia, dele responsável, o ministro: o soberano começa apenas a reinar e não a governar.., o autocrata Dom José é inocentado de tudo o que fará Pombal...

Em França, Inglaterra, Rússia, Áustria, Toscana, Prússia, Nápoles, Espanha... é o mesmo. Mas em Portugal, não deve ser... Como não querem ofender ao princípio monárquico, divino, hereditário, do rei, o culpado de tudo é apenas o ministro... O rei nem sequer tem a culpa do ministro que escolheu e mantém. Daí Pombal bode-emissário. Como reação a essa reação, os liberais, que endeusam o ministro e daí, o divino Pombal dos outros, a que erguem um monumento, mais alto do que o que ele erguera ao rei... A assim que, uns e outros, vêm escrevendo a história, há século e meio... Duas falsidades opostas...

Foi ao que chamei Pombal "causa"(1) Nota do Autor: ninguém quer ver o tempo, nem os vizinhos, que, ignorância ou candura, esquecem ou suprimem. Não creio na má fé que, ao menos, na insinceridade, é inteligente. É que acreditamos: tudo o que se passa conosco é privativo... Ainda agora escrevemos

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