Viagem de África em o Reino de Daomé

de 35 documentos sobre a matéria que nos interessava, com as cotas de arquivo. Não respondemos pelo correio à generosa mensagem, por ser intenção nossa agradecermos em pessoa o obséquio, o que levamos a efeito no ano seguinte, 1950, por ocasião da viagem empreendida à Europa durante o Jubileu Sacro. Visitamos o Palácio da Ega, em que está instalado o Arquivo. S. Ex. teve a nímia gentileza de mobilizar o funcionalismo da repartição para mostrar-nos os documentos mais notáveis sob sua guarda. Vimos o livro de registro da Chancelaria de D. João III, onde está transcrito o regimento passado em 1548 a Thomé de Souza, primeira constituição do Brasil, e o códice ilustrado da autoria do franciscano fr. Christóvão de Lisboa, irmão do erudito eborense Manuel Severino de Faria, intitulado História dos Animais e Árvores do Maranhão, que nos parece ser a mesma, ou parte da obra, que com o título de História Natural e Moral do Maranhão e Pará existia, no século XVIII, na Livraria de D. Antonio Alvares da Cunha, e foi consultada por Bernardo Pereira de Berredo para a elaboração dos seus Anais Históricos do Maranhão.

Fez mais, obrigou-nos gentilmente a escrever algumas palavras no Livro de Visitantes do Arquivo, em que as nossas pálidas e insignificantes expressões se sentem constrangidas e mesquinhas a par de tantos períodos subscritos pelos nomes mais ilustres nas boas-letras e na erudição da Europa e da América, que percorreram aquele templo da Religião do Passado.

A respeito, porém, da Viagem de África em o Reino de Daomé nada nos comunicou. Chegamos a supor que a obra se houvesse extraviado com as sucessivas reformas administrativas por que tem passado Portugal, e não estivesse mais na Biblioteca da Ajudá.

Reservava-se para o ano de 1955 a satisfação completa de nossas esperanças. Havendo necessidade de ir

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