Um precursor do comércio francês no Brasil

em 1826 a França havia conquistado, como remate das negociações para o reconhecimento da independência do Brasil. (30)Nota do Autor

Mas não foi, somente, a atividade do comércio inglês com o nosso país que mereceu especial reparo do autor de Du Brésil; o que ele não deixava de acentuar, também, é que, enquanto a França permanecia de olhos vendados, a Grã-Bretanha já tinha estabelecido aqui companhias que extraíam "tesouros incalculáveis das lavras da província de Minas Gerais".

Não fora, assim, sem propósito, prosseguia Gallès, que "o autor da Carta (Luís XVIII), o qual, como Montesquieu, tinha ideias tão amplas quanto exatas sobre as necessidades das nações, e cujo olhar penetrante sabia divisar o futuro", havia ordenado, em 1820, uma expedição ao Brasil, sob o comando do almirante Roussin, "com o fim único de fazer o levantamento matemático da costa...". (31)Nota do Autor É que revelando agudo faro político, Luís XVIII desejava facilitar a navegação entre a França e o Brasil, "porque estava certo", afirmava Gallès, "de que este país, em vésperas de realizar sua revolução, poderia oferecer, no futuro, escoadouros imensos não só às nossas manufaturas como à nossa indústria". O autor da Carta já tinha, aliás, no que apoiar suas conclusões: "Político profundo, grande administrador, ele previa que a exemplo da República Argentina, o Brasil, sacudindo o jugo da metrópole, elevando um templo à liberdade sobre as ruínas da escravidão, tornando-se livre, enfim, para escolher suas relações comerciais e obter os objetos de seu consumo, deveria, sem dúvida, voltar os olhos para a França, para a satisfação das necessidades de seu luxo e de sua vida animal, necessidades estas que acompanham sempre de perto uma nação que se liberta, e gue são o efeito inevitável da introdução das ciências e das artes entre os povos".

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