Époque". Analisada à luz de novas concepções políticas surgidas depois de 1939, temos ensejo de melhor compreender a posição das antigas colônias americanas perante as metrópoles, e, vice-versa, destas para com as suas possessões ultramarinas no correr de três longos séculos. Esta evolução nos permitirá medir a diferença da presença de portugueses na Índia e no Brasil, diversidade suspeitada mas não desenvolvida por um José Agostinho de Macedo, o qual concede ao segundo na história lusa papel muito mais relevante que os historiadores europeus lhe outorgam. O Oriente arruinou Portugal e por pouco para todo sempre o sepultava sob os escombros da aventura. A América, pelo contrário, salvou e sustentou aos portugueses, não só no período colonial, como, além, na monarquia e na república, muito depois de findo o regime discricionário que entre nós imperou. Igualmente nos faculta o exame melhor visão acerca do sistema em que as possessões deviam render o máximo para os cofres da Coroa, com o mínimo de despesa aos mesmos, posto, desse modo, duramente afetasse o progresso e bem-estar da população da colônia.

A princípio o Brasil desapontou aos marujos da primeira expedição, especialmente dirigida ao Novo Mundo para investigar o alcance do descobrimento de 1500. Nela figurava o florentino Vespúcio, informador de como, por mais procurassem os tripulantes obter, com sinais e comparações, notícias da indiada acerca de ouro porventura existente no litoral brasileiro, só conseguiam respostas vagas, insuficientes para quem se dizia, como S. Tomé, desejoso de ver antes de crer.

Aquilo dava impressão de terra de escasso proveito, pessimismo inspirado pela ânsia de lucros imediatos, da espécie dos "fumos" da Índia, que teve de se modificar ante o inesperado surto açucareiro derramado a partir de meados do século XVI pelo litoral das capitanias do