mundo, com os mais dolorosos efeitos para os seus habitantes. Estendia-se o zelo até publicações feitas em Portugal como a Grandeza e Opulência do Brasil, do jesuíta italiano Andreoni, em que eram aventadas melhoras de vida e de trabalho na colônia. Inexoravelmente a obra foi destruída por suspeitas de que pudesse despertar a cobiça de concorrentes de portugueses, interessados em domínios ultramarinos. Pelo mesmo motivo, fecharam-se os caminhos entre as capitanias brasileiras, deixadas apenas rudimentares veredas, fáceis de vigiar, somente transitáveis a lombo de burro, em filas visíveis de longe em imensas extensões desérticas.
Ora, qualquer região desprovida de estradas cai imediatamente em modorra. No Brasil, mesmo fora da zona aurífera, o ideal da monarquia era suprimi-las de vez, forçada a tolerar muito a contragosto as absolutamente indispensáveis às suas fontes de renda. O acesso, por exemplo, entre S. Paulo e Minas, por onde seguiam os abastecimentos e a mão de obra da mineração, viu-se reduzido a dois acessos, ambos de aspecto precário, imprestáveis em tempo de chuva. Um contornava a serra da Mantiqueira por Jundiaí, Atibaia, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, etc..., e, depois de vadear os rios Verde, Sapucaí e Rio Grande, subia a S. João del Rey, centro de atividades mineiras. O outro atravessava a Mantiqueira por Guaratinguetá e Piedade, detinha-se no registro de Jaguari, e, depois de liberados os tropeiros, prosseguia por Santana, São Gonçalo, Campanha, vadeava o Rio Grande e alcançava S. João del Rey em percurso direto, porém, mais acidentado.
Do Rio de Janeiro — Capital da Colônia de preferência à Bahia por se encontrar mais próximo às minas — só havia uma picada com pretensões a estrada, que se iniciava na Guanabara, transpunha o Paraíba e o seu afluente Paraibuna, galgava a Mantiqueira no registro do