Brasil foi Estado, província ou coisa parecida em três centúrias consecutivas de regime colonialista, como inculcam os tais autores imiscuídos em estudos de historiografia nacional, a provocar discussões que se reduzem a expressões de incrível ingenuidade no escopo de querer persuadir através de sofismas o oposto à evidência.

Nessas considerações o Sr. Pereira dos Reis acompanhou ao Prof. Marcondes de Sousa, desejoso de responder a tão lamentáveis elucubrações com abundantes documentos, informativos inclusive para os que não se interessam precisamente pelo móbil da publicação. O livro de que nos ocupamos, atém-se, em primeiro lugar, ao texto das leis promulgadas sobre a intensiva exploração do maior domínio lusitano. A propósito, poderíamos, com devida vênia do Autor, inserir na lista, no que diz descontentamento dos coloniais suscitado pela velha diretriz monárquica, mais excessos fiscais, condições humilhantes, injustiças de todo gênero e outras exações infligidas aos habitantes das capitanias por funcionários reiunos gananciosos e corruptos, relatos de viajantes estrangeiros, aportados no Brasil pouco depois da conjuração mineira.

No geral começam por queixas amargas, suscitadas pelas insuportáveis vexações a que eram submetidos para se não comunicarem com os naturais do lugar. A superciliosa vigilância só acidentalmente afrouxava no correr de transações em torno da compra de abastecimentos, de modo a favorecer casualmente furtivo contato com mercadores. Um deles teve oportunidade de extravasar queixas ao inglês John Barrow, acerca da tremenda pressão fiscal a que se encontrava submetido. No seu dizer, pouco conseguia realizar além de escassas operações, tantos e tão esmagadores eram os impostos e restrições de toda ordem a incidir sobre práticas mercantes na colônia. Pelo que sabemos da praça carioca no momento e termos do tal colóquio, supomos que o queixoso era o famoso mercador