Brás Carneiro Leão, mais tarde, por volta da independência (conseguida com a vinda do Príncipe Regente e corte lisboeta), tornado argentário e figura de primeiro plano no Rio de Janeiro, assim como seu filho Fernando, naquele momento em Portugal em estágio na firma Pedra onde praticava comércio e acabou por desposar a filha do patrão. O fortuito encontro assume particular importância por partir de português radicado na Guanabara e de inglês insuspeito de nutrir simpatias por veleidades de independência colonial quando o seu país se via às voltas com a insurreição de americanos.
Não menos oportunos sobre o espírito reinante entre coloniais e fontes de descontentamento para os mesmos em fins do século XVIII, são os comentários do cirurgião militar Mac Leod, também em trânsito no Rio de Janeiro numa esquadra britânica que se dirigia ao Extremo Oriente. Depois de várias reflexões sugeridas por acidentes da viagem e impressão causada pelo estuário fluminense, passa o viajante a examinar os traços mais característicos da cidade e da sua população, em que alude à insuportável ´oppression of the mother Country´, verificada logo nas poucas horas de permanência entre cariocas. No mesmo sentido também se exprimiu um francês, o poeta Parny, em carta a seu irmão, geralmente encontrada no primeiro volume de suas poesias. Na copiosa literatura de viagens no Brasil, podemos obter, se desejarmos outros dados sobre o movimento que preparava a separação consumada em 1822 pelas cortes de Lisboa, composta de pequenos burgueses nacionalistas, colonialistas, patrioteiros e recolonizadores, pensamos, porém, que estas bastam.
A esses depoimentos vamos apresentar o de portugueses coevos da Independência, com que deparamos quando já tínhamos escrito este prefácio, cujos dizeres impressionam pelos termos e pessoas que os proferiam.